No RISE, repudiamos veementemente os eventos ocorridos na última quarta-feira, 6 de janeiro, nos Estados Unidos da América para tentar impedir a nomeação oficial de Joe Biden como presidente eleito.
A irrupção desses grupos republicanos de extrema direita é especialmente grave por ter sido provocada e endossada pelos discursos do atual presidente Donald Trump. A construção de histórias com base em mentiras e falsidades é uma constante do populismo reacionário, do qual Trump é uma referência mundial, e constitui um elemento capacitador da violência política nos EUA e em outras partes do planeta.
Estes discursos violentos, presentes desde o início do seu mandato, serviram também para justificar uma resposta diferenciada das forças de segurança às várias manifestações segundo as suas diferentes conotações ideológicas, políticas ou raciais. Violando assim os princípios de igualdade perante a lei e neutralidade política a que as forças de segurança devem responder.
Estes eventos não devem ser analisados isoladamente, mas estão vinculados a um processo de expansão dos extremismos de direita que se alimentam das condições geradas pelo atual modelo econômico capitalista e que têm levado milhares de pessoas a situações de exclusão e vulnerabilidade e uma profunda desconfiança face a representações e instituições políticas.
Entendemos a partir do RISE que essa situação só pode ser revertida aprimorando os mecanismos existentes, para que sejam mais democráticos, mais representativos e executem políticas inclusivas que garantam uma vida digna às pessoas.
Da mesma forma, este preocupante avanço dos discursos e das forças de extrema direita em todo o mundo, bem como a consolidação de práticas violentas amparadas pelo argumento de defesa da democracia e da liberdade, exigem ações urgentes de lideranças políticas e dos cidadãos em geral. A democracia só pode ser reforçada com mais democracia e em nenhuma circunstância a violência política pode ser aceite para a imposição de posições, políticas ou modelos, ou como meio de resolução de conflitos.
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